Se o Autor se encontra com o Autor Para o autor o olhar do outro, E se o outro é E se amam mentindo Mas exige, o amor fingido, Assim amam-se agora se odiando.
e um deles finge que ao outro admira
(para sentir-se admirado),
o outro pela mesma razão
finge também
e ambos acreditam na mentira.
a voz do outro,
o corpo é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
como ele outro autor,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira reflete
o que o admira
num jogo multiplicado
em que a mentira
do autor ao autor
inventa o paraíso.
no fingimento que é necessidade
e assim mais verdadeiro que a verdade.
ser sincero o amor
que como ele é fingimento.
E fingem mais os dois
com o mesmo esmero
com mais e mais cuidado
- e a mentira se torna desespero.
O espelho embaciado,
já o autor em o autor não se mira:
se torturam se ferem
não se largam que o inferno do autor
é ver que o admiravam de mentira
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Nossa, que profundo!!!
Sem palavras!
besos
Branca disse...
20 de janeiro de 2010 às 22:55